Assédio ou paquera?

Ontem fui jantar na Bonomi (um dos meus lugares favoritos) e o assunto foi o post sobre o texto de Catherine Deneuve no blog.  Je sui Deneuve ou Je déteste Deneuve. Eis a questão.
Eu, Kika, sou completamente Deneuve. Não gosto do politicamente correto, da pompa americana de fazer tudo certinho, da postura arrogante do perfeito onde nada sai  fora do script. Eu gosto é do tortinho, do fora da curva, do rebelde, do que muda as coisas, do que rompe com os padrões. Só por aí já sou muito mais Deneuve do que Trump! 
   Entre Deneuve e Trump a pergunta é:  qual o limite de uma cantada? Qual a diferença entre paquera e assédio? Até onde o homem pode ir?  Qual a linha que separa o ´´sim´´, o ´´talvez´´ e o sonoro ´´não´´?  Não estou falando aqui de violência, crime, nem coação. Estou falando dos acontecimentos corriqueiros pelos quais todas as mulheres  - e  todos os homens - passam ao longo da vida
 Por exemplo: se um Zé Mané, chato pra burro, insiste em te chamar para ir para o quarto dele é assédio? 
Agora se  um homem, por quem você arrasta uma asa danada, te chama para ir para o quarto, aí vira cantada ou ainda é assédio?
  Então o  que separa cantada de assédio é o interesse do outro? Ou é a forma do convite?  
Se o Zé Mané te fizer uma proposta indecente insistentemente é assédio, não é? Mas e se for o George Clooney? Continua assédio ou aí vira  cantada?   
Se o seu chefe bonitão e disponível te manda flores, é assédio, cantada ou ´´falta de noção´´? 
Agora, se o seu chefe horroroso e grosso te manda flores é paquera? Ou ele está te assediando? 
Quando você passa  por uma construção e o pedreiro grita ´´gostosa´´, você vai logo chamando a polícia porque é assédio? Ou você vai rir da cantada? 
Não são só os homens que estão perdidos... nós mulheres também estamos sem saber qual o limite. Estamos sem saber se gostamos de uma boa paquera ou se apenas nos acostumamos a elas. Se precisamos dizer sempre ´´não´´, porque se dissermos ´´sim´´ concordamos com o ´´assédio´´.  Estamos sem saber se quando o pedreiro não fala mais ´´gostosa´´ é porque a gente está feia mesmo ou se ele já sabe que chamar uma mulher de ´´gostosa´´ é o tal ´´assédio´´. 
Tá tudo muito complicado, não?!





4 comentários:

Anônimo disse...

Tudo tem que ser contextualizado e SEM VIOLÊNCIA! Violência não deve ser permitido em hipótese alguma.
Levar uma cantada de alguém que não gostaria não pode ser entendida como assédio sob pena de se violentar aquele que está cantando (homem ou mulher).
No mundo do cinema, onde essa questão tomou uma proporção maior, quem foi assediada e "caiu" não pode reclamar porque acabou cedendo, mesmo a contragosto. Se o papel foi condicionado a uma noite, que dissesse um sonoro não e buscasse sua turma.

Anônimo disse...

Tudo exagerado e ficando sem graça!!! Nada pode!!!! Vou parar por aqui prá não cruzar a linha!!!!

Helena da Silveira disse...

Verdade! Afinal a tendência de se vitimizar, a síndrome do coitadinho são tão entediantes! Afinal, "dois não brigam quando um não quer", já diz o ditado!Isso, na minha opinião, vale para tudo!

Anônimo disse...

Não é sobre ser rebelde, é de dar abertura a um sofrimento talvez desconhecido por vc.. acho que deveria ler: https://jornalistaslivres.org/2018/01/desejo-sem-algoz-e-sem-refem/