A hora do café


Não gosto de café expresso. Só tomo se não tiver outro. Gosto do bom e velho café passado na hora, coado com coador de pano, levado do bule da cozinha ao bule de prata, servido com calma em xícaras, com açúcar e com afeto. Acompanhado de um bom papo, sem pressa, no meio do dia, no fim da manhã.
A hora do  cafezinho para mim é igual ao do Chá das Cinco dos ingleses. Café não é complemento. Café é ritual. Tem o cheiro, a água, o local, o tempo.
Deus me livre tomar café em pé no balcão da padaria! Não! Café a gente toma sentado, conversando, sentindo o cheiro, apreciando a beleza da xícara. 
Os ingleses são sábios em terem seu Chá das Cinco. Eu estou longe de ser sábia, mas tenho meu café da tarde. 



´´O café é tão grave, tão exclusivista, tão definitivo
que não admite acompanhamento sólido. Mas eu o driblo,
saboreando, junto com ele, o cheiro das torradas-na-manteiga
que alguém pediu na mesa próxima.´´
Mário Quintana









































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